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Polí­ticas Farmacêuticas: a Serviçodos Interesses da Saúde?

By José Augusto Cabral Barros
2004

As Conferências Pan-americanas de Harmonização da Regulação Farmacêutica


A OPAS tomou a iniciativa de organizar conferências relacionadas com a harmonização da regulamentação farmacêutica na região das Américas. Funcionam como um fórum aberto à participação de agências reguladoras de medicamentos, indústria farmacêutica, organizações de consumidores, universidades, associações profissionais.

Como fruto dessas conferências, reconheceu-se a importância de valorar as atividades de harmonização, com vistas a propiciar aos organismos nacionais da Região o acesso à informação atualizada. A Primeira Conferência Pan-Americana sobre Harmonização da Regulamentação
Farmacêutica realizou-se em Washington, D.C., de 17 a 20.11.1997, com o propósito de dar seqüência aos processos de harmonização em andamento através dos diferentes organismos que vinham cuidando do tema. Uma das recomendações, aprovada por unanimidade, foi o estabelecimento de um fórum hemisférico, com a OPAS assumindo o papel de Secretaria. A este
fórum caberia propiciar espaço para os países que não participavam dos grupos de integração existentes (casos, por exemplo, de Cuba, República Dominicana e Chile (este último, de todo modo, tem sido considerado como parte das discussões do Mercosul).

Sugeriu-se também o desenvolvimento, por acordo mútuo, de termos de referência para o Comitê Diretor envolvendo os seguintes tópicos: (1) estrutura e operações; (2) questões jurídicas, administrativas e normativas da regulamentação; (3) intercâmbio de informação e comunicações, com ênfase no acesso à Internet e traduções; (4) treinamento para fortalecer a capacidade
técnica; (5) outros temas gerais de interesse mutuo (OPAS, 2000). Nessa mesma ocasião, houve um encontro das Agências reguladoras, com a participação do Centro de Avaliação e Pesquisa Farmacêutica, da FDA. Na ocasião, foram selecionados temas científicos, técnicos e de estratégia geral que mereciam esforços de colaboração, a exemplo de ‘biodisponibilidade’, ‘bioequivalência’, ‘Boas Práticas de Fabricação’, ‘laboratórios de controle e vigilância’ e ‘melhor comunicação entre os Reguladores e países das Américas’. No início de 1999, houve, em Caracas, uma reunião de consulta para o estabelecimento de um conselho diretor para as Conferências. Concomitantemente, realizou-se encontro do Grupo de Trabalho Regional sobre Bioequivalência e, em maio, em Buenos Aires se reuniu o Grupo de Trabalho sobre Boas Práticas Clínicas.

Por ocasião da 2ª Conferência, realizada em Washington, celebrada de 02 a 05.11.1999, foram discutidos os seguintes temas: ‘bioequivalência’, ‘boas práticas clínicas’, ‘boas práticas de fabricação’, ‘falsificação de produtos’ e a ‘classificação dos tipos de produtos farmacêuticos’. Recomendou-se que houvesse mais empenho nessas temas e que, quando factível, fossem levadas
em conta atividades de harmonização.

Apresentam-se, em seguida, algumas das principais propostas aprovadas nessa Conferência:

• A harmonização deve ser entendida como a busca de consenso no quadro de padrões reconhecidos, levando em conta a existência de diferentes realidades políticas, sanitárias e legislativas nos países da Região.
• A missão das Conferências é promover a harmonização normativa para todos os aspectos de qualidade, segurança e eficácia dos produtos farmacêuticos como contribuição à qualidade de vida e saúde dos cidadãos dos países das Américas.
• Deve-se estabelecer uma “Rede Pan-Americana para Harmonização da Regulamentação Farmacêutica” com conferências pan-americanas bianuais para proporcionar um fórum aberto às partes interessadas.
• Deve-se formar um Comitê Diretor para promover o progresso entre as Conferências mediante coordenação, promoção, facilitação e monitoração dos processos de harmonização nas Américas.
• Os processos de harmonização devem abranger não somente os aspectos de regulamentação no registro de medicamentos, como também a sua comercialização, cabendo uma análise prévia do seu impacto no acesso aos medicamentos.

Em Porto Rico, no período de 2 e 3 de abril de 2000, se realizou a Primeira Reunião do Comitê Diretor da Rede Pan-Americana para Harmonização da Regulamentação Farmacêutica. O principal objetivo desta reunião foi desenvolver um plano de trabalho para um biênio, em conformidade
às recomendações da Segunda Conferência Pan-Americana sobre Harmonização da Regulamentação Farmacêutica, cujas prioridades e plano de trabalho, são apresentados no Apêndice.

A estrutura atual da Rede é mostrada na Figura 5. Os GTs (Grupos de Trabalho) são nove, a seguir discriminados, indicando-se, entre parênteses, as instituições que os lideram:

1. Boas Práticas de Fabricação (BMP/FDA);
2. Bioequivalência e Biodisponibilidade (FDA);
3. Boas Práticas Clínicas (ANMAT);
4. Classificação de Produtos (SS-MEX);
5. Medicamentos Falsificados (ANVISA);
6. Farmacopéia (USP);
7. Boas Práticas de Farmácia;
8. Agências Reguladoras de Medicamentos;
9. Entidade Regional.

Figura 5 – Estrutura da Rede Panamericana de Harmonização da Regulamentação Farmacêutica


A edição mais recente do evento (terceira Conferência) ocorreu em Washington, entre 24 e 27.04.02 e as discussões estiveram centradas nos objetivos seguintes:

• Fomentar a convergência dos sistemas de regulamentação farmacêutica nas Américas mediante um diálogo construtivo entre as entidades de regulamentação e outros setores de interesse.
• Intercambiar informação sobre o estado de avanços nos processos de harmonização da regulamentação farmacêutica nos distintos grupos de integração econômica da Região das Américas.
• Dar seqüência à Resolução CD42.R11 sobre harmonização da regulamentação farmacêutica aprovada no 42º Conselho Diretor da OPAS.
• Promover a harmonização da regulamentação farmacêutica adotando, após análise, as recomendações e propostas harmonizadas formuladas pelos Grupos de Trabalho estabelecidos pela II Conferência Panamericana sobre Harmonização Farmacêutica (Washington, 1999).

• Formular recomendações à Rede Pan-americana para a Harmonização da Regulamentação Farmacêutica (Rede PARF) para o período subseqüente de trabalho.

Em relação às atividades publicitárias e de vendas pelas páginas web, foram aprovadas as seguintes recomendações (as recomendações gerais estão reproduzidas no Apêndice):

• Combater a publicidade com publicidade, enfatizando a importância da prescrição e alertando sobre o perigo de comprar medicamentos de má qualidade. É preciso que a população entenda bem a importância da avaliação que as autoridades sanitárias realizam quando outorgam
registro sanitário a um produto.
• Houve acordo sobre a necessidade de se obter informação sobre possíveis danos causados por compras por Internet.
• Foi mencionado o certificado que emite a Junta da Associação Nacional de Farmacêuticos dos EUA às farmácias que têm páginas na Internet, como uma forma de promover a informação adequada.
• Foi evidenciado que o gasto que a indústria realiza com publicidade representa um quarto do seu gasto total. Foram, igualmente, mencionados alguns benefícios da publicidade por Internet, a exemplo da divulgação de efeitos secundários.
• Foi manifestada, igualmente, a necessidade de realizar um diagnóstico de situação identificando os problemas, mas também propondo soluções.
• Foi reiterada a necessidade de fortalecer os organismos reguladores
para poder enfrentar este novo desafio.

 

 

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Far too large a section of the treatment of disease is to-day controlled by the big manufacturing pharmacists, who have enslaved us in a plausible pseudo-science...
The blind faith which some men have in medicines illustrates too often the greatest of all human capacities - the capacity for self deception...
Some one will say, Is this all your science has to tell us? Is this the outcome of decades of good clinical work, of patient study of the disease, of anxious trial in such good faith of so many drugs? Give us back the childlike trust of the fathers in antimony and in the lancet rather than this cold nihilism. Not at all! Let us accept the truth, however unpleasant it may be, and with the death rate staring us in the face, let us not be deceived with vain fancies...
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- William Osler 1909